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terça-feira, 14 de agosto de 2012

Futebol de formação, ensino e educação

Num jantar com ex atletas e pais voltou-se a falar muito sobre o futebol formação e sobre o que é mais importante, ganhar ou formar!

Para mim o ensino e a educação devem andar de mãos juntas sem olhar aos resultados porque só assim colheremos frutos no futuro!

Um dos erros que cometemos enquanto treinadores é preocupar-nos com os resultados, eu faço a pergunta: Somos nós ou os miúdos que estão interessados nos resultados?
Muitas vezes este tipo de perguntas a nós próprios obriga-nos a fazer reflexões que serão importantes para definirmos a nossa forma de trabalhar e olhar de forma diferente quem está a crescer e em aprendizagem!

A verdade é que por muitos olharem aos resultados a escolha recai naqueles atletas que são mais dotados o que leva aqueles que são menos dotados muitas vezes a abandonar.
Uma outra pergunta: será que estes atletas menos dotados não poderão evoluir e vierem a ser melhores até do que aqueles que agora são mais dotados?
Numa fase que é de aprendizagem e divertimento claro que vão evoluir, porque é que um jogador sem técnica não pode vir a ser um finalizador nato?  ou um jogador lento não pode jogar rápido? não ter muita habilidade mas ser eficaz no jogo?

Isto são questões que tem a ver com a aprendizagem no jogo que  desenvolve o aprender a jogar porque é a partir do acto de jogar que os gestos técnicos como  dominar a bola, passar, chutar são fixados pelos atletas de uma maneira mais afectiva e é através do jogos que tomamos consciência mais clara do que cada um precisa de melhorar e ai cabe-nos a nós enquanto treinadores olhar para todos de forma igual na questão das oportunidades, nunca esquecendo que eles estão ali para aprender e se divertir!
E é importante que mesmo para se divertir ou chegar a profissional, ambos podem aprender e terem as mesmas oportunidades, pois nos escalões superiores as escolhas irão sendo feitas!

Pedagogos e educadores ensinam-nos que aprendemos melhor aquilo que nos faz sentido. Por isso, não basta o professor ou treinador dizer ao atleta que ele precisa desenvolver este ou aquele fundamento. Se o atleta não perceber aquela necessidade, o treino será mecânico e aborrecido. É preciso vivenciar esta carência no jogo para melhorar a qualidade do treino.
Vale mais a qualidade do jogo do que a qualidade do fundamento. Afinal você pode rematar fora do padrão (técnico) e ser um goleador, pode ter pouca velocidade, mas jogar rápido no jogo, pode não ter muita habilidade, mas ser eficaz no jogo.

Este é o nosso dilema, escolher entre os resultados do presente e os dos futuro, escolho aqueles do do futuro porque esses serão a resposta ao trabalho do presente.
 

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