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segunda-feira, 27 de outubro de 2008

A IMPORTANÇIA DA PLANIFICAÇAO DAS EQUIPAS NO ALENTEJO

Nos dias de hoje um treinador tem que ter um papel mais abrangente do que só se preocupar com as questões técnico-tácticas.
A planificação da época desportiva é muito importante para se atingir no fim da época os objectivos que nos são propostos.
Existe vários factores que enquanto treinador devo ter em conta, a realidade da nossa zona, características de jogadores a contratar, aspectos financeiros, aspectos emocionais.
Nos dias de hoje e analisando friamente não existe no Alentejo um clube com condições para andar acima da segunda divisão B, e sabendo das enormes despesas que envolvem a participação nas provas nacionais ainda mais importante se torna a sua planificação.
O primeiro ponto é analisar os nossos objectivos de forma realista e ser realista não significa ser pouco ambicioso, significa criar condições para se obter êxitos em diversas vertentes.
A vertente financeira é uma delas, é importante o clube cumprir com o prometido aos atletas, todos sabemos que o incumprimento leva a insatisfação dos atletas e traz diversos problemas que podem comprometer o objectivo pretendido.
Como treinador defendo um plantel curto, 20 jogadores, permitirá ao clube poder estar no mercado por melhores jogadores, defendo 13 a 14 jogadores de qualidade e os restantes da formação do clube.
Defendo que devemos apostar nos jovens da formação, afinal para que existe a formação e toda a despesa que se faz com ela?
Actuando desta forma permitirá ao clube poupar dinheiro não só em ordenados como em inscrições de atletas que todos sabemos ser caras.
Desta forma poderá também fazer-se uma escolha mais selectiva de jogadores a contratar, nunca esquecendo claro a sua componente humana.
Outra das vantagens de um plantel curto e bem planificado será o facto de não existir entradas ou saídas de elementos durante a época a não ser em casos excepcionais, permitirá uma maior união de grupo, laços afectivos mais fortes e estabilidade emocional pois num plantel maior serão mais os descontentes por não jogarem, por não serem convocados e isso cria problemas e sabemos que certos jogadores com estatuto podem influenciar um balneário.
Uma outra vantagem será o de poder descobrir novos talentos e sabemos que existe muita qualidade nas divisões inferiores e nos distritais mas as vezes falta coragem para arriscar pois queremos sempre os melhores.
Também existe desvantagens como a inexperiênçia, a pressão dos adeptos com dois ou três resultados negativos mas são situações que nos cabe a nós enquanto treinadores gerir e conseguir dar a volta, poderão considerar este planeamento arriscado...mas a vida é feita de riscos e os riscos existem para serem ultrapassados!

1 comentário:

Anónimo disse...

Concordo com os seus princípios programáticos, que me parecem dirigidos para a formação de um plantel equilibrado e sustentável, em qualquer região do país.
No caso do Alentejo, a problemática desportiva, não tem solução à vista. Os motivos são mais que muitos:
-A desertificação. O Alentejo não tem gente, e as pessoas são a mola real de tudo o que mexe.
-Dirigentes sem formação. A grande maioria dos nossos dirigentes não têm formação desportiva, nem associativa, nem administrativa.
- Apoios. Os apoios são poucos e mal distribuídos. O desporto amador, nomeadamente o futebol, custa no acto de inscrição, cerca de 250 euros por atleta inscrito. O clube tem ainda que pagar o policiamento, a arbitragem e a respectiva associação. A manutenção tem custos permanentes ao nível de equipamentos, agua, gaz etc...etc...
Com as Autarquias a terem cada vez menos dinheiro, e cada vez mais abrangências, "tasse" mesmo a ver por onde começam os cortes.
-Associações. Quer se queira, quer não se queira, as associações só protegem meia dizia de clubes, quase sempre os da própria cidade. São os sorteios, são as datas, são as arbitragens.
Os pequenos clubes, investem na formação, gastam os subsídios municipais para que as suas crianças e jovens possam praticar desporto, mas se algum dá nas vistas, lá vai ele para a cidade. E o clube que o formou? e a Autarquia que investiu o dinheiro dos seu Munícipes, e vê a mais valia abalar? Onde está o retorno?.
-Regionalização. Não a do Alberto João, que gasta milhões do erário público, com o Nacional e o Marítimo, mas uma regionalização em que cada eleito tenha por missão concretizar os anseios da sua terra e da sua gente, potenciando as suas riquezas, e utilizando-as onde e em quem de direito.

Os problemas são muitos, e as razões também. As soluções existem, mas não há vontade politica, e os cidadão já se resignaram à sua triste sorte.