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quarta-feira, 2 de julho de 2008

ENTREVISTA A JOSÉ PEREIRA, PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO DE TREINADORES


José Pereira, treinador de futebol que ficou ligado a historia do Campomaiorense por ter levado o clube a uma final da taça de Portugal e actual presidente da A.N.T.F, cedeu-me uma pequena entrevista onde esclarece algumas questões que penso ser de interesse de quem é treinador de futebol e que ainda não é associado, a José Pereira o meu obrigado.



João Prates -qual as vantagens de estar associado a A.N.T.F?


José Pereira - A vantagem de estar associado da A.N.T.F. é o pertencer a uma classe profissional das mais respeitadas a nível internacional que assume a responsabilidade histórica de reforçar com os treinadores de futebol os valores do associativismo democrático de acordo com os princípios consagrados na declaração universal dos direitos do homem.

João Prates -sendo um treinador associado que tipo de apoios pode contar da A.N.T.F?

José Pereira -Pode contar com o apoio inequívoco por uma politica de contratação colectiva, pela defesa intransigente da defesa dos treinadores devidamente qualificados, através do rigoroso cumprimento de regulamento de provas oficiais da F.P.F., do apoio á formação profissional de cada associado através de acções de formação e ainda através da nossa página Web, com artigos exclusivos para associados, bem como o apoio jurídico gratuito indispensável ao desempenho das suas funções.

João Prates - Qual o numero de sócios neste momento é uma classe unida a dos treinadores ou ainda existe alguma falta de interesse do treinadores pela causa associativa?

José Pereira - Neste momento o n.º de associados, embora em constante evolução cifra-se em 4233. Não difere muito daquilo que acontece com as outras classes profissionais. Contudo, temos que ter em consideração que os treinadores estão muito dispersos, e cada vez mais no estrangeiro, mas naquilo que foi importante para a classe, estivemos sempre unidos.

João Prates - Está em discussão uma nova legislação para quem é treinador, que importância pode ter no futuro nas nossas carreiras caso seja aprovada?

José Pereira - È nosso entendimento que a legislação que vier a ser aprovada oportunamente terá reflexos na carreira dos treinadores, em termos futuros.
Contudo, estaremos atentos na defesa dos direitos adquiridos pelos nossos associados. Acrescentamos também, que temos acompanhado a evolução da referida legislação, que de uma forma geral, merece a nossa aprovação.

João Prates -Em relação aos cursos de treinador, existe sem duvida mais interesse das pessoas se formarem e dos próprios clubes preferirem pessoas com formação que acha que se deve esse interesse? aos êxitos dos treinadores portugueses no estrangeiro? a aposta dos clubes em pessoas formadas?

José Pereira - A aposta dos clubes em pessoas com os respectivos cursos de treinadores não se verifica por espontânea vontade dos clubes, mas sim por obrigatoriedade de acordo com as exigências da UEFA e por consequência da F.P.F.Reconhecemos a melhoria na formação dos treinadores de futebol em Portugal o que implica uma maior respeitabilidade pelo trabalho desenvolvido pelos treinadores de futebol em Portugal e no estrangeiro.

João Prates -Actualmente o acesso ao 3 nível é muito difícil pelo numero de vagas disponibilizadas e só se realiza uma vez por ano, não existe da parte da A.N.T.F vontade e possibilidade em abrir para mais o numero de vagas e talvez a realização do curso duas vezes por ano? Não seria benéfico?

José Pereira - Relativamente aos cursos de III e IV Níveis as regras e os pressupostos de participação são ditados pela UEFA, onde os treinadores portugueses estão inseridos, se quiserem continuar a ser reconhecidos internacionalmente de acordo com o programa Vaclac- Jira da UEFA.

João Prates -Neste momento e salvo rara excepções é muito difícil a um treinador de 3 divisão e mesmo segunda B ter oportunidade em divisões superiores porque existe um ciclo fechado sempre aos mesmos treinadores que rodam a troca de clubes entre si, não considera interessante a criação de uma lei que um treinador despedido deveria estar um determinado tempo impedido de trabalhar na divisão onde foi despedido como julgo acontecer em Itália o que poderia facilitar o aparecimento de novos valores?

José Pereira - Não há mercado de trabalho mais aberto do que aquele que é proporcionado ao treinador de futebol. Agora, não compete á A.N.T.F. influenciar as escolhas dos clubes/Sad’s naqueles que pretendem contratar.
Quando á possibilidade de um treinador despedido não poder voltar a treinar na divisão onde foi despedido na mesma época, remeto essa questão para inconstitucionalidade, que cria dificuldades na sua concretização.

João Prates -Existe algo que queira transmitir aos associados?

José Pereira - Precisamos de parar para pensar, debater, reflectir e decidir. Numa linha de coerência, sem dogmas doutrinários e políticos, mas antes com absoluto pragmatismo, inovação na acção e capacidade renovada de luta.
Uma associação para ser forte não pode desperdiçar meios e recursos ao seu alcance.Ser sócio da A.N.T.F. deve ser um Orgulho e também uma Responsabilidade.

1 comentário:

FMBP disse...

Boa entrevista...agora a minha questao! Será que essa "lei" que referiste não seria castradora? Imagina que se existisse Carvalhal não teria feito o trabalho magnifico no Setubal...por exemplo!Agora sou a favor de uma lei como a Espanhola em que um estrangeiro para treinar em Portugal tem de ter x anos de experiencia de topo...nunca mais me esqueço do modo como saiu Carvalhal do Beira Mar!