ENTREVISTA COM BRUNO CASTRO

Bruno Castro é hoje considerados por muito como um dos melhores, se não o melhor guarda-redes de futsal no Alentejo, começou no futebol de 11 onde me cruzei com ele nos seniores do Eléctrico acabado de sair da equipa júnior, muita qualidade, muita vontade de trabalhar, fez alguns anos ainda no futebol de 11 até que passou para o futsal onde se revela um predestinado para a modalidade, muito frio, técnica de futsal perfeita e uma evolução normal dentro da modalidade onde já conquistou vários títulos e sendo hoje um dos baluartes da equipa de futsal do Eléctrico na terceira divisão nacional como já o tinha sido na Aldeia Velha, também então na terceira divisão.

João Prates - Recentemente estiveste ao serviço da equipa sénior do eléctrico em fut 11 em Cabo Verde, um regresso ao futebol ou apenas para matar saudades?
Bruno Castro - Foi um convite que surgiu da parte do Eléctrico e que eu aceitei, pois é sempre um prazer defender o clube da minha terra e do meu coração, mas não passou de um regresso ao futebol de 11 para matar saudades.
João Prates - Porque tomaste a decisão de enveredares pelo futsal?
Bruno Castro - Eu na altura tinha saído do Eléctrico para o Montargil onde fiz uma época, no fim dessa época surgiu o convite da Aldeia Velha que tinha acabado de subir à 3ª divisão de futsal. Agradou-me o projecto da Aldeia Velha, assim como o grupo de trabalho que tinha muitos amigos meus entre jogadores e treinador e a minha grande vontade de experimentar o futsal mais a sério (além dos torneios de Verão) e optei pela Aldeia Velha.
João Prates - Como decorreu a adaptação? Quais as principais diferenças entre defender uma baliza de fustal e de fut 11?
Bruno Castro - A adaptação correu bem, aos poucos fui mudando a técnica de futebol de 11 para futsal onde na primeira exige mais mobilidade e a segunda mais posicional.
João Prates - Em termos técnicos quais são as principais diferenças?
Bruno Castro - Como já disse, a grande diferença que eu acho é a mobilidade que exige o futebol de 11, devido à baliza maior e aos cruzamentos e no futsal mais a posição para tentar cobrir o máximo da baliza possível.
João Prates - Um dos handicaps é a falta de treinadores de guarda-redes, como superas essas limitações?
Bruno Castro - Pois isso é um grande problema, e não se fica so por treinadores de guarda-redes, como treinadores no geral de futsal, pois a Associação de Futebol de Portalegre também não abre cursos para treinadores de futsal à vários anos. A maneira que encontrei para tentar superar isso e evoluir foi ver muitos jogos de futsal ao vivo e na televisão e aprender com as virtudes e também os erros dos outros guarda-redes, e depois tentar aplicar isso nos treinos e nos jogos.
João Prates - Já tiveste o prazer de defrontar o Benfica em eliminatórias da taça de Portugal, como se vive esses momentos, o que representou para ti?
Bruno Castro - Sim realmente isso aconteceu na Aldeia Velha para a segunda eliminatoria da Taça de Portugal. Foi uma experiência muito boa, eu acho que se aprende é a jogar com os melhores, e nós tivemos oportunidade de jogar no pavilhão da Luz contra os melhores executantes da modalidade no nosso pais e uma das melhores equipas do mundo.
João Prates - Como vês o desenvolvimento do futsal no Alentejo?
Bruno Castro - Infelizmente não vejo grande desenvolvimento, gasta observar os resultados das equipas alentejanas nas provas nacionais. Basta ver que todos os anos sobe uma equipa do distrito de Portalegre, uma do distrito de Évora e uma do distrito de Beja e sucessivamente descem no ano seguinte ao distrital, as excepções foi a Aldeia Velha dois anos consecutivos, o Eléctrico e o Montemor o ano passado e o Independentes de Sines que embora seja do Alentejo esta filiado na Associação de Futebol de Setúbal onde o desenvolvimento do futsal não se pode comparar com as associações de futebol alentejanas. Isto demonstra a diferença de qualidade que existe em qualquer distrital alentejano e numa terceira divisão nacional.
João Prates - Pensas que se poderá desenvolver mais se existir uma aposta maior na formação?
Bruno Castro - Sim, só ai pode estar o caminho... mas infelizmente em Portalegre simplesmente não há formação de futsal, nem força se faz para existir da parte dos clubes e da Associação de Futebol de Portalegre. Em Beja também não existe formação. Em Évora já existe campeonatos de formação de vários escalões, embora com poucas equipas, mas por algum lado se tem que começar.
João Prates - Em termos pessoais quais os teus objectivos desportivos dentro do futsal?
Bruno Castro - Os meus objectivos pessoais são os da equipa do Eléctrico, alcançar a manutenção na 3ª Divisão e a melhor classificação possível e continuar a divertir-me jogando com os meus amigos no clube da minha terra e do meu coração por mais uns anos.
João Prates - Algumas palavras que queiras deixar aos leitores deste blog?
Bruno Castro - Em primeiro lugar quero agradecer-te por te teres lembrado de mim, e por seres dos poucos sítios quer na imprensa regional, quer na Internet que acompanhar o futsal do Alentejo. Pedir aos leitores do blog que vão ver os jogos de futsal das equipas das vossas terras e as apoiem, pois esta é uma modalidade em crescimento em termos de adeptos e mediatismo. Por ultimo um abraço para ti João e muito boa sorte para essa tua nova batalha no U. Montemor e que o teu trabalho e qualidade se traduza em resultados e consigas atingir os objectivos. Abraço