Seja bem vindo ao meu espaço :)




quinta-feira, 20 de maio de 2010

ENTREVISTA A ANDRÉ PORTULEZ

André Portulez é mais um jovem que procura o seu lugar ao sol no futebol Português, fez formação na Naval, Boavista e Académica, chegado a sénior passou por clubes da terceira divisão e fez uma viagem ao futebol Húngaro.
Sabendo das dificuldades que é o futebol, nunca deixou os estudos, sendo licenciado em educação física e ciências do desporto, possui também um site que pode visitar no endereço http://www.andreportulez.com/ .

João Prates- Começaste na Naval aos 9 anos, chegaste ao Boavista aos 15, como foi estar longe da família pela primeira vez com essa idade?
André Portulez- Na altura foi complicado, hoje, vendo as coisas de outra forma acho que foi muito importante na minha formação a nível desportivo e social. De um momento para o outro vermo-nos sem a família por perto assim como sem os nossos amigos de sempre não é fácil mas foi uma experiência que voltaria a repetir se o tempo voltasse para trás pois foi uma oportunidade que não podia deixar passar visto tratar-se na altura do clube campeão nacional.
João Prates- Depois transferiste-te para a Académica de Coimbra, onde estiveste três anos, como foi essa experiência no clube com uma mística especial?
André Portulez- Não sou de grandes romantismos mas foi de facto uma experiência especial! Tínhamos um excelente grupo, muito unido, isto para além de de facto a Académica ser um clube único. Os 3 anos que lá passei foram inesquecíveis e ainda hoje olho para a Académica como uma instituição de passado bonito e a ter condições para um futuro que se coadune com o seu real valor.
João Prates- Na tua passagem pela Académica recebeste o prémio de Atleta/ estudante do ano da Académica, que sentiste?
André Portulez- Senti que estava a ser reconhecido o meu mérito escolar e desportivo de uma forma justa, e gostava que muitos outros pudessem usufruir de tal distinção pois era sinal de que não tinham desprezado a componente académica em detrimento da desportiva em busca de um sonho do qual se acorda muitas vezes de forma prematura.
João Prates- Chegaste a sénior e foste cedido ao Marialvas da Terceira divisão, quais as principais diferenças que encontraste?
André Portulez- Tudo muda, é entrar num mundo diferente, sem dúvida. É a altura em que muitos jogadores que estão habituados a ser opção regularmente deixam de o ser (comigo felizmente não aconteceu) e isso pode levar a muitas desistências. Não havendo acompanhamento tudo se torna mais difícil, e este desacompanhamento aliado à desilusão pode levar à triste situação que referi anteriormente.
João Prates- Os estudos sempre continuaram a fazer parte da tua vida, era difícil conciliar o futebol com a vida académica?
André Portulez- Não! Na minha opinião isso passa por dois factores fundamentais: se os horários dos treinos e das aulas permitirem estar nos dois sítios penso que não há dificuldade para que ambas as actividades sejam conciliáveis; se os horários dos treinos não permitirem a presença nas aulas, terá de se abdicar depois de muito do tempo livre que estaria destinado para outras coisas para se meter a matéria em dia. Logicamente tem de haver algum sacrifício, mas eu penso que é mais uma questão de organização pessoal do que outra coisa...
João Prates- Numa profissão incerta como o futebol achas importante que os jovens façam o esforço de conciliar o futebol com os estudos?
André Portulez- Esta pergunta é de resposta previsível; parece-me óbvio que deva existir a obrigatoriedade de conciliar ambas as actividades até porque a formação ecléctica do ser-humano nunca fez mal a ninguém. O futuro ninguém o pode prever, logo, devemos ser previdentes e tomar todas as medidas necessárias para nos apetrecharmos de ferramentas que nos permitirão olhar para o futuro com maior tranquilidade e parece-me que a formação académica é deveras importante!
João Prates- Foi através da vida académica, o ERASMUS que surgiu a possibilidade de jogares na Hungria, como foi essa experiência?
André Portulez- Em Dezembro de 2006 comecei a pensar nesta situação e informei-me sobre os locais onde poderia fazer ERASMUS, para assim poder pesquisar sobre onde existiam equipas de 1a e 2a ligas para poder treinar à experiência. Entretanto o Facucho disse-me que ia regressar à Hungria para jogar e fui com ele, embora não tivéssemos jogado na mesma equipa. No início tudo foi complicado, mas contei com a ajuda de um rapaz de 17 anos que jogava nas camadas jovens do Integral DAC e que tratava de tudo o que fosse necessário: desde tradutor a reparar-me o computador, a tratar-me das papeladas necessárias, foi fantástico! Foi uma experiência expectacular, muito enriquecedora a todos os níveis.
João Prates- Passaste depois por Valonguense, Tocha e Odivelas e ainda tiveste a experiência no Salamanca de Espanha, em termos de futuro quais são os teus objectivos?
André Portulez- Bom... Vários factores que não vou estar a especificar têm-me impedido de fazer uma carreira que julgo ser mais consentânea com as minhas capacidades como jogador, no entanto é claro que continuo a acalentar o sonho de chegar a outros patamares, trabalhando dia a dia para isso, mas sem fazer grandes dramas se não o conseguir, porque há vida para além do futebol.
João Prates- Algumas palavras que queiras deixar aos leitores deste blogue?
André Portulez- Sim claro! Continuem a gostar de futebol como gostam e tragam um amigo com vocês para ver se conseguimos meter mais malta a ver a bola em Portugal :)


Sem comentários: