Neste momento, sentimos que está muito em voga o conceito de “formação” no futebol!Mas o que mudou realmente? Será que os apoios e os incentivos aumentaram? Ou será que existe verdadeiramente uma política correcta de formação, com projectos credíveis, bem estruturados e definidos em que os mesmos sejam delineados e comandados pelas várias hierarquias mas onde tudo esteja escrito para ser realmente seguido…Não é falar por falar e ficar por isso mesmo, palavras soltas... Quantos clubes apostam realmente na formação? Qual a percentagem de jogadores que existem nos planteis seniores a jogar, que tenham vindo da própria formação do clube?
É verdade que hoje a nível amador e aqui realço o Eléctrico de Ponte de Sôr, já existe clubes a apostarem verdadeiramente na formação e esse é sem duvida o caminho a seguir, o futebol está em crise e se repararmos com atenção essa crise veio revelar jogadores como Regula, Ruben Micael, Miguel Vítor entre outros, e apesar das apostas terem sido forçadas pela falta de dinheiro que os clube se debatem veio provar que a qualidade existe na formação, basta apostar nela sem receios.
Na minha opinião cada vez mais os clubes, principalmente os mais pequenos a nível distrital, devem fazer a aposta na formação, mas numa formação a sério a todos os níveis, e não ver apenas a formação como meio para receber mais uns euros das autarquias e apostar no futebol sénior, com essa aposta na formação de certeza que os clubes irão tirar dividendos no futuro em termos de custo de plantel e de possível vendas de alguns atletas que sobressaiam.
Mas também ao nível da formação a própria FPF terá uma palavra a dizer, porque hoje assistimos a equipas de formação a jogar praticamente com 11 estrangeiros o que no futuro com as novas alterações irão sem duvida criar grande dificuldades.
Por isso deixo uma pergunta, para quando uma lei, onde conste que os clubes são obrigados a jogar com dois jogadores da própria formação.
Para quando a criação de um modelo de formação criado pela Federação Portuguesa de Futebol, para que todos os clubes apostem da mesma forma e em igualdade de circunstâncias na formação e a partir da existência de uma entidade isenta para fiscalizar, advertir e ajudar? São tudo questões que nos deixam a pensar e com certeza se forem estudadas e aplicadas, contribuírão para um futebol de mais igualdade e oportunidades.
«O segredo de progredir é começar. O segredo de começar é dividir as tarefas árduas e complicadas em tarefas pequenas e fáceis de executar e depois começar pela primeira»